[Entrevista] Pressive: Conheça a banda de metalcore mexicana que está pronta para conquistar o mundo
Em entrevista com o baixista da banda Pressive, Lorenzo Prats, falamos sobre o surgimento da banda, a parceria com os brasileiros do Axty e os planos para o futuro
A banda mexicana Pressive surgiu no começo dos anos 2000 quando o new metal e o metalcore estorou no mundo sendo uma grande inspiração para os músicos criarem a banda.
Mais de 20 anos depois, eles estão se preparando para novos desafios e um deles será conquistar o público brasileiro.
O primeiro passo foi uma parceria com a banda brasileira Axty no single Hollow que foi lançado em 2023 em todas as plataformas de música. Já o próximo plano deles é o lançamento de um EP pelas gravadoras brasileiras Outono Music e Universal Music.
Para falar sobre a banda e projetos futuros, nossa jornalista Tamira Ferreira conversou com o baixista Lorenzo Prats e você confere tudo abaixo.
Para começar, eu gostaria que você apresentasse a banda e me contasse como tudo começou.
Lorenzo: Claro, com certeza! Então, o nome da banda é Pressive e, eu estava dizendo isso outro dia, nós éramos apenas um bando de adolescentes que amavam esse gênero musical, sabe? A gente amava rock n’ roll e crescemos juntos com cena do new metal.
Acho que foi isso que iluminou o nosso interesse em nos tornarmos músicos e começar a tocar instrumentos, tentando nos unir e formar uma banda.
E como vários outros músicos, literalmente, foi pela música. Na época havia bandas como Linkin Park, Limp Bizkit e Korn. E surgiu da paixão pela música que eles estavam fazendo.
Então vocês surgiram no começo dos anos 2000? Eu estava pesquisando, mas não achei a data certa e era minha próxima pergunta. Vocês tocam um estilo que surgiu no começo dos anos 2000, o Metalcore, mas está muito popular hoje em dia. Como vocês surgiram com esse estilo no começo da banda e houve mudanças musicais com o tempo?
Lorenzo: Eu acho que a gente tem o gênero, certo? E é o Metalcore, em parte, era o que a gente tocava no começo. Mas também acho que a banda evoluiu, por exemplo, houve mudanças nos membros. E cada um acrescenta algo na banda.
Eu acho que tem sido um processo de anos e sempre fomos abertos a colaborar com outros artistas de diferentes gêneros. A gente trabalhou com pessoas do pop, muitas bandas de rock. Eu acho que isso acaba influenciando a banda.
Eu não tenho certeza, mas acho que sempre fomos abertos a experimentar diferentes coisas na nossa música. Tentar não soar sempre da mesma forma.
Sinto que a banda tem que mudar, é tempo para isso, porque se você fizer a mesma coisa, bem, isso irá te dar sempre os mesmos resultados no final.
Vocês lançaram recentemente o single e videoclipe de The Hate Effect. Como foi o processo de compor a música e gravar o clipe?
Lorenzo: Nós sempre produzimos o Pressive, sabe? A gente sempre se interessou em como gravar, produzir a nossa música, fazer a mixagem. Mas algumas portas foram abertas ultimamente e foi possível para nós trabalharmos com produtores em algumas músicas e foi o que aconteceu com essa.
Nós a escrevemos com Jose Macario que é um excelente produtor, ele toca na banda La Drones. E foi ótimo trabalhar com um especialista em música.
Nós tínhamos essa ideia, do efeito do ódio, que é algo que não temos quando nascemos. É algo que a gente adquire ao ver outras pessoas fazendo. É como uma infecção, uma doença.
Nós partimos disso e foi ótimo trabalhar essa canção com ele no estúdio.
E qual a história por trás do videoclipe? Eu vi que tinha algumas mulheres segurando armas.
Lorenzo: Eu acho que surge com o mesmo propósito da música. O efeito do ódio é algo que vai crescendo e tem diferentes leveis.
Há pessoas que sacam uma arma pelos motivos mais estúpidos. Podem ser os menores como um gesto e chegar ao ponto de alguém matar uma pessoa, ou algo assim. Eu não sei se posso dizer isso, desculpe, mas é a realidade.
É uma infecção e a gente precisa ter consciência todos os dias para não cair nela.
A gente precisa achar formas de relaxar e fazer coisas que nos mantenha sano, certo? Porque o mundo é uma loucura.
E falando sobre o clipe, é a transformação disso. Você consegue ver o Charlie, nosso vocalista, se transformando naquele “ódio”. Esse ódio vai aumentando nele durante o vídeo e ele se torna um monstro ou algo assim.
E vocês lançaram um videoclipe para Hollow com a banda brasileira Axty. Como surgiu essa parceria?
Lorenzo: Eu acho que isso foi muito legal! É como eu disse, nós sempre ficamos felizes de trabalhar com outros artistas. É algo que tentamos fazer. Quando alguém nos pergunta, nós os encorajamos a fazer o mesmo porque te ajuda a ouvir coisas novas e ter novos fãs.
De alguma forma, os fãs deles vão nos ouvir e nossos fãs irão ouvi-los também.
Nós estamos trabalhando em um EP que será focado no Brasil e será lançado pela Outono Music/Universal Music. E nós estamos muito felizes! Na verdade, foram eles que nos ajudaram com essa conexão.
Nós lançamos a música e trabalhamos no clipe à distância. A gente ainda não conseguiu se conhecer pessoalmente, mas esperamos que eles venham para cá. A gente vai tentar alguns shows aqui e tocar com eles.
E alguns shows aqui no Brasil também?
Lorenzo: Isso seria ótimo! A gente está esperando por isso também.
A gente sabe que os mexicanos são muito apaixonados por música. Muitos artistas internacionais sempre fazem shows especiais por aí e turnês. Mas como é a cena para bandas mexicanas?
Lorenzo: Eu acho que é relativo. Porque o público mexicano, que vai aos shows, são os melhores na minha opinião. Seja em um show com 5, 10, 50 ou 500 pessoas. Eles estão ali para ver o show e vão à loucura. E é algo muito legal de se ver.
Eu disse relativo porque é na visão das bandas, certo? Eu acho que para as bandas, você precisa trabalhar muito pesado, é o jeito que eu vejo. E eu acho que é a mesma coisa no mundo inteiro. Se você quer ser escutado, se você quer que as pessoas saiam e vão ver o seu show, você tem que trabalhar.
Você tem que fazer turnês e isso custa dinheiro.
É como em qualquer país, nada vem de graça no começo, eu acho. Então eu acho que é um processo e você precisa aderir a isso e trabalhar muito.
Do jeito que eu vejo aqui no Brasil, não sei se é o mesmo aí. Mas aqui nós amamos música, porém a internacional. Quando se trata de uma banda brasileira, é mais difícil para eles atingirem o mainstream.
Lorenzo: Eu acho que o maior exemplo que temos aqui é o The Warning, essas garotas estão arrasando. Elas estão fazendo absolutamente tudo e eu acho que é a banda mexicana de rock que está indo mais longe.
Eu tenho muito orgulho delas. Elas estão fazendo tudo, shows e vem muita gente assistir. Eu sinto que é como uma meta que nos inspira. Se elas estão conseguindo, a gente também, só precisamos trabalhar cada vez mais.
Vocês lançam músicas em inglês e espanhol. Na hora de compor, como vocês decidem qual língua usar?
Lorenzo: É engraçado porque, na maioria das vezes, a gente compõe em espanhol. Isso foi antes desse projeto do EP surgir e antes de assinar com a Outono Music/Universal Music no Brasil.
Nós estávamos apenas investigando no início, tentando ver se as pessoas falavam espanhol por aí ou ouviam músicas em espanhol. O que descobrimos é que as pessoas, na verdade, ouviam mais músicas de metal em inglês.
Acho que tem a ver com o que você falou, certo? Estou chutando, mas deve ter muitas bandas que cantam em português.
Sim, mas a maioria canta em inglês.
Lorenzo: Sim, provavelmente é o caso do Axty. E a gente costumava cantar em inglês também no começo. Então decidimos fazer os dois.
Se você conferir, tem alguns lançamentos em espanhol desse ano e outros em inglês. Eu acho que é parte disso, a gente faz o que é mais conveniente.
Se cantar em inglês é uma boa forma para o Brasil ouvir, porque a gente não sabe português, isso seria muito difícil para gente. (risos)
Vocês precisam fazer uma música em português. (risos)
Lorenzo: Isso seria muito legal, a gente deveria tentar, com certeza. Nós sempre estamos abertos a essas coisas, como as colaborações. A gente acha que é algo que abre mais portas. Não irá fechar! Se temos a opção de fazer em duas línguas, vamos fazer.
A gente ouve muita música em espanhol aqui, mas é mais pop, como a Anitta. Quando é o rock e heavy metal, a gente ouve mais em inglês. Eu acho que surge da facilidade de cantar esse gênero, mas também é algo cultural que vem das bandas americanas e europeias.
Lorenzo: Com certeza!
Vocês têm planos futuros para um EP, o que mais a gente pode saber sobre esse projeto?
Lorenzo: Até agora, é claro que Hollow é o primeiro single, e The Hate Effect é o segundo. Mas a gente ainda não tem data, estamos apenas fazendo o nosso melhor para tentar lançar uma música por mês. Ou em um mês e meio.
Isso porque estamos fazendo dois álbuns ao mesmo tempo, um deles é de rock e rap, o que será muito legal. Esse é em espanhol, mas a gente convida todos a ouvirem. Vai ser um projeto divertido.
O que eu posso dizer é que estamos tentando lançar um single todo mês e serão cinco ou seis faixas.
Essa pergunta não estava aqui, mas vocês falaram que gostam de colaborações. Se você pudesse convidar alguém para um feat, quem seria?
Lorenzo: Nossa, essa é uma ótima pergunta!
Eu acho que posso falar por todos na banda, eles concordariam. A gente amaria fazer uma canção com Matthew Bellamy do Muse. Acho que seria a coisa mais legal do mundo.
Vocês têm planos para shows ou turnês? Ou estão focados nos álbuns?
Lorenzo: Sim, estamos 100% focados nas músicas. A gente fez alguns shows recentemente, mas agora será apenas música.
A gente espera fazer alguns shows no final do ano. Mas ainda não temos nenhuma informação.
Talvez tocar aqui no Brasil?
Lorenzo: Há uma chance, mas nada está certo ainda.
Vamos fazer um trato, quando vocês souberem de algo, eu serei a primeira a saber. (risos)
Lorenzo: Sim, com certeza! (risos)
Para conhecer mais o Pressive e conferir as novidades da banda: https://www.instagram.com/pressive/