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Dota 2 | Valve abandona o Battle Pass porque “a maioria dos jogadores nunca compra”

O Dota 2 está se afastando do modelo de passes de batalha. Segundo a Valve, desenvolvedora do jogo, existem maneiras melhores de utilizar o tempo da equipe e a maioria dos jogadores “nunca compra” os passes. O estúdio está abandonando o modelo para lançar conteúdos mais variados em um ritmo mais regular.

A Valve celebra o décimo aniversário do Dota 2 com uma grande quebra de tradição. Embora um passe de batalha (originalmente chamado de Compendium) tenha sido implementado no jogo para acompanhar e financiar a premiação do torneio The International, realizado anualmente, a desenvolvedora decidiu não lançar um este ano. Na verdade, ela está reduzindo drasticamente o foco no conteúdo do passe de batalha em geral e promete se concentrar em outras atualizações mais regulares, que possam ser experimentadas por toda a base de jogadores.

Em um post intitulado “Learning from the Past, Looking to the Future” (Aprendendo com o passado, de olho no futuro), a Valve afirma que o passe de batalha (battle pass) do Dota 2 havia crescido para “abranger praticamente qualquer conteúdo produzido para o Dota ao longo do ano”. Isso criou “um momento tremendamente emocionante para o Dota”, mas também significava que “em comparação, parecia que nada acontecia ao longo do resto do ano”.

O estúdio decidiu realizar um experimento e redirecionou recursos de desenvolvimento que, em qualquer outro ano, teriam sido utilizados para desenvolver o passe de batalha do The International para atualizações mais especulativas, incluindo recursos e conteúdos que não poderiam fazer parte de um passe de batalha. Esse experimento resultou na atualização New Frontiers do Dota 2, algo tão significativo que colocou o jogo “a um passo de se tornar um Dota 3”, nas palavras de Jody MacGregor, da PCG.

“A maioria dos jogadores de Dota nunca compra um passe de batalha e nunca recebe recompensas dele”, disse a Valve, mas “Todos tiveram a oportunidade de explorar o novo mapa, jogar com os novos itens e morrer acidentalmente para um Tormentor. Todos se beneficiam das melhorias na interface do usuário e das novas funcionalidades do cliente”. A resposta positiva da comunidade à atualização deu à Valve “confiança de que trabalhar menos no conteúdo cosmético do passe de batalha e mais em uma variedade de atualizações empolgantes é o caminho certo para o Dota no longo prazo, tanto como jogo quanto como comunidade”.

É surpreendente ouvir que a maioria dos jogadores sequer compra o passe de batalha, mas faz sentido. Não é incomum ouvir que grande parte da receita de microtransações em jogos são impulsionadas por um número relativamente pequeno de jogadores muito engajados (os chamados “baleias”). Claramente, o mesmo acontece com o Dota 2.

É óbvio que a Valve ainda pretende vender uma variedade de itens cosméticos incríveis e efeitos de partículas impressionantes. “Ainda lançaremos uma variedade de cosméticos ao longo do ano”, diz a Valve, “mas também lançaremos atualizações mais diversas, que possam ser desfrutadas por todos os jogadores de Dota”.

Essa abordagem deve começar com uma atualização temática para o International em setembro, que se concentrará no próprio evento, nos jogadores e nas partidas, mas os novos itens cosméticos não terão um papel significativo. “Para deixar claro que estamos mudando o foco para o evento e nos afastando da extensa linha de recompensas cosméticas, intencionalmente não chamaremos essa atualização de Battle Pass (passe de batalha)”, diz a Valve. Como nos passes de batalha do passado, as vendas dessa atualização contribuirão para o prêmio do The International, embora a renda obtida provavelmente seja menor este ano sem o glamour que o passe de batalha costuma trazer.

Não fica claro no post se isso representa o fim do sistema de passe de batalha no Dota 2 ou se a Valve está apenas suspendendo o battle pass temporariamente para retornar com uma versão mais leve e com menos demanda de desenvolvimento no futuro.

Aida Mori

It’s me, Mori_A! Colunista de um pouco de tudo. Apaixonada por música, literatura, videogames, cinema e gatos. Provavelmente velha demais pra essa maluquice. Escorpiana, paulista, millenial, nerd, taróloga, mãe de gatos.

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