[Entrevista] Doro Pesch: Como a cantora lida em tocar para diferentes públicos, sua dedicação aos fãs e a expectativa para o Bangers Open Air

Doro Pesch é um ícone do heavy metal mundial e tem a admiração de seus fãs e grandes bandas do meio. Além de sua dedicação a música, a cantora também ganha o público com seu carisma e humildade.

Nosso site já participou de uma coletiva de imprensa com Doro e você confere aqui.

Dessa vez fizemos uma entrevista com ela para falar sobre a sua volta ao Brasil e as expectativas para tocar no Bangers Open Air.

Confira abaixo como foi:

Olá, Doro, como você está?

Estou ótima! Trabalhando no nosso novo DVD e CD que será ao vivo do show de aniversário e se chamará “Conqueress Forever”. Também estou trabalhando em algo para o Lemmy Kilmister porque ele era o meu melhor amigo e esse ano completa 10 anos que ele está no céu do rock n’ roll. Se chamará “Rock To Death” e estou montando tudo, reunindo todos os duetos que fizemos juntos.

Estamos trabalhando no estúdio. E ficando animados para tocar no Bangers Open Air, será o primeiro festival esse ano. Eu toquei em dois shows fechados, um na Espanha com o Manowar e antes disso com o Saxon.

Todos ensaiaram e estamos prontos para ir, com muita energia para tocar no Brasil.

Você trabalha muito, não está cansada?

Sim, mas eu amo fazer as coisas para os fãs, é sempre uma alegria.

Eu posso fazer isso por 24 horas, não importa. Quando os fãs se sentem bem, eu estou feliz.

Eu tenho certeza de que os fãs apreciam isso, por isso você é a rainha do heavy metal.

Oh, palavras muito gentis! Eu amo os fãs, sempre amei, desde o primeiro dia, os primeiros shows, eu senti uma profunda e especial conexão com os fãs. Eu não consigo explicar porque ou como, mas está lá e eu aprecio muito. É incrível!

Especialmente no Brasil que as pessoas são tão apaixonadas e fervorosas.

Essa era a minha primeira pergunta, sobre a sua relação com os fãs. Você acha que é diferente dos fãs de outros países? Ou você acha que a paixão é a mesma?

Não, eu acho que é diferente, especialmente no Brasil e na América do Sul.

Os fãs são mais fervorosos e têm um coração apaixonado. São mais animados e empolgados.

É isso que eu amo.

Desde o momento que eu subo no palco, todos estão animados e eu acho que voa. Não é um trabalho pesado, é apenas pura alegria.

Quando eu sinto que eles me dão energia, eu entrego 10x mais energia.

É como estar em outro planeta, com certeza é diferente.

É a melhor profissão do mundo, certo?

Com certeza! E não é nem um trabalho, é algo muito mais legal. E eu aprecio todos os dias.

Fazer música, performar para os fãs e fazer as pessoas se sentirem bem. Isso é um presente.

Você já tocou aqui no Monsters Of Rock que tem um público mais velho que gostam de bandas clássicas, agora no Bangers é um público mais jovem, que está nesse meio do heavy metal a menos tempo. Você acha que há alguma diferença na hora de tocar para diferentes públicos?

Às vezes eu sinto isso, por isso eu sempre mudo de setlist de acordo com a vibe dos fãs, ou do público.

Quando eu sinto que eles querem ouvir canções mais rápidas, ou músicas mais novas, então eu toco de acordo. Às vezes, quando eu acho que eles querem canções mais antigas, então eu sigo.

A banda sabe que eu mudo o setlist e fazem o que precisar para deixar aquela noite especial e fantástica.

Nada é escrito em pedra, até mesmo quando a gente ensaia o setlist antes e eu sinto que precisa de uma mudança, colocar novas canções, eu acabo mudando as coisas para que a noite seja inesquecível.

Eu amo tocar para os metalheads mais novos, é revigorante, eles têm sangue jovem, talvez mais energia, porque eles se entregam totalmente. Eles não precisam cuidar de suas famílias, trabalhos, eles podem apenas ir, então conseguem ir a loucura.

Eles não carregam o peso da responsabilidade, o que pode ser incrível.

Quando eu era jovem, eu tinha uma moto e dirigia igual uma louca. Eu não me importava. Eu até me machuquei, mas não me importava.

Mas quando você está mais velho, você se cuida um pouco mais, você conhece os riscos.

Eu acho que a mistura também é ótima, você vê fãs que cresceram com a gente trazendo seus filhos e alguns até trazem os netos. É uma grande comunidade do metal onde nós somos uma família.

O Bangers tem uma proposta de trazer bandas novas para tocar com os grandes nomes do heavy metal, o que você acha de festivais que dão essa oportunidade para bandas que não são tão conhecidas?

Eu acho que é super importante pra manter a cena heavy metal viva, porque quando eu comecei, haviam tantas bandas de metal incríveis que você poderia se inspirar como Judas Priest, Saxon, Iron Maiden, Motörhead, Dio, entre outros.

Eu acho que é importante ter esse suporte para as bandas novas porque é muito difícil conseguir ter sucesso. Eu consegui esse suporte quando era mais nova, estava na minha primeira banda e eu nunca irei esquecer porque sempre nos trataram muito bem.

E é sempre uma abertura de portas quando você sai em turnê com grandes bandas. Minha primeira grande turnê foi com o Judas Priest em 1986. A recepção foi ótima e fomos convidados para sair com turnê com o W.A.S.P.

Isso abriu muitas portas para gente. Eu fui para os Estados Unidos gravar um álbum, depois saí em turnê com Ronnie James Dio pela Europa e Megadeth na América.

Quando você tem essas oportunidades e as pessoas te apoiam, isso é realmente incrível.

Eu acho que todas as bandas precisam disso, você não consegue fazer sozinho. Assim você consegue criar uma fanbase mais forte e uma carreira.

Eu concordo, acho que a gente precisa dar esse suporte para as bandas mais novas ocuparem os lugares deixados pelas bandas mais antigas.

Sim, principalmente agora que você ouve de muitas bandas que é a última turnê. Então a gente precisa de sangue novo.

Doro, por favor, deixe uma mensagem para os fãs brasileiros que vão ao festival.

Meus queridos metalheads brasileiros e fãs, estou muito animada em ver vocês de novo, eu amo o Brasil.

Eu vou entregar o meu melhor, temos um incrível setlist, com muito poder e boa energia.

Não vejo a hora de ver vocês, estou muito animada, ansiosa.

A gente se vê em breve! Eu amo o Brasil! É a minha casa!

Mais informações
Mais sobre o festival: https://linktr.ee/bangersopenair
Outras informações em: https://bangersopenair.com/
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