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[Entrevista] Dynazty: Vocalista Nils Molin fala sobre novo álbum Game Of Faces, estilo musical da banda e a vinda para o Brasil no Bangers Open Air

Em entrevista ao Tramamos, o vocalista Nills Molin fala sobre seu início na banda, o álbum Game Of Faces e o show no Brasil no Bangers Open Air

A banda de hard rock sueca Dynazty surgiu no começo dos anos 2000 quando tivemos um estouro de bandas do estilo na Suécia. O último integrante a fazer parte do grupo foi Nills que foi encontrado pelos outros membros pelo falecido Myspace.

Atualmente a banda está se preparando para lançar seu mais recente álbum Game Of Faces e uma turnê que passará pelo Brasil no festival Bangers Open Air.

Para falar sobre os projetos do Dynazty, nossa jornalista Tamira Ferreira conversou com o vocalista Nils Molin e você confere tudo abaixo:

Eu gostaria de começar falando sobre o começo da banda. Você foi encontrado pelos membros no Myspace? Como você recebeu esse convite? E o que te interessou mais na ideia de entrar para a banda?

Isso foi no começo de 2008, eu tinha uma página no Myspace com algumas demos em que eu cantava. Nada muito sério ou algo assim.

Nessa época, eu estava na Austrália, vivendo no meio do mato por um mês, sem internet.

Um dos membros da Dynazty encontrou a minha página, gostou da minha voz e me mandou uma mensagem perguntando se eu poderia ir para Estocolmo fazer uma audição para a banda.

Porém, como eu estava na Austrália, eu não vi a mensagem até eu voltar para casa.

Foi quando eu fui dar uma olhada nessa banda chamada Dynazty, que me escreveu uma mensagem muito convencida dizendo que eles eram a melhor banda do mundo ou se eu era o melhor vocalista do mundo, algo assim. E se eu concordasse, para ir até Estocolmo para uma audição para banda. O que eu acabei fazendo e o resto é história.

Essa não é uma das minhas perguntas, mas já aconteceu de você contar essa história para alguém e eles não souberem o que é Myspace?

Excelente pergunta! (risos)

Se não tivesse acontecido, significa que não temos muito fãs novos. A maioria deles se lembram do Myspace, estão entre os 25 e 40 anos.

E além de vocalista, você tem um significativo papel na banda como compositor. De onde vem suas inspirações para escrever as letras das músicas? E como é essa interação com os outros membros na hora de criar as canções?

A minha inspiração para letras pode vir de qualquer lugar, às vezes é algo que acontece no mundo, ou algo na minha vida que me inspira escrever a respeito de algum tópico, ou tema.

Quando estamos escrevendo músicas, a gente, basicamente, compõe como um trio: eu, Love e Mike. Trocamos ideias entre nós, estruturas musicais, escrevemos demos, tentamos diferentes ideias.

Usualmente, a gente começa com o instrumental e vamos adicionando os vocais.

Basicamente o método que viemos usando nos últimos anos.

Às vezes eu pergunto para as pessoas nas entrevistas sobre as letras e uma coisa que eles falam bastante é sobre o poder terapêutico de quando você precisa processar algo pessoal, então você escreve uma canção. Isso acontece com você?

Na verdade, eu acho que muitas vezes o seu subconsciente acaba saindo nas suas letras. Tem muita coisa que talvez não tenha sido completamente processada que começa a sair intuitivamente.

Nesse sentido, é possível que haja algo que está dentro da sua cabeça por um bom tempo e finalmente sai. Mas, ao mesmo tempo, eu tento ficar o mais consciente quando estou escrevendo, então eu tento achar o tema que eu quero escrever a respeito e focar nele, transformando em algo interessante, que cabe muito bem com a melodia.

Vocês são da Suécia que tem grandes bandas de hard rock que surgiram no começo dos anos 2000. Como foi essa época para vocês? E por que você acha que o hard rock é tão forte na Suécia?

Boa pergunta! Eu acho que a gente tem muita música que vem da Suécia, não apenas hard rock e heavy metal. É um país pequeno, não tem muitas pessoas comparado a grandes países da Europa.

Considerando isso, a gente tem muita música vindo da Suécia. Tradição musical muito forte, artistas que fazem sucesso internacionalmente, se você pensa no ABBA. A gente teve uma banda de hard rock que fez muito sucesso nos anos 80, Europe, o que abriu caminho para muitos fãs de rock e músicos das próximas gerações.

Nós tivemos excelentes músicos, como o Yngwie Malmsteen, por exemplo.

Tem muita tradição e eu acho que um bom ambiente para aprender a tocar música, em geral. Nós temos ótimas escolas.

Essa foi minha resposta curta (risos).

Como você se sente fazendo parte de bandas tão diferentes como o Dynazty e o Amaranthe? Você acha que acaba se influenciando pela diferença entre as bandas?

Em geral, não, eu acho que é bem fácil de manter os dois separados. Atualmente, estou bem acostumado a trabalhar assim. Estou nas duas bandas há muitos anos, então é bem natural para mim.

E eu tento manter tudo bem individual. Por isso, quando estou trabalhando com o Amaranthe, eu foco no que estou fazendo ali, já com o Dynazty, o meu foco muda.

Mas tudo que você faz na vida influencia as outras coisas, então, em certo ponto, sim, mas em geral, é como você disse, são bandas muito diferentes, mesmo estando no mesmo estilo.

E vamos falar um pouco mais sobre o novo álbum. Como foi o processo de criação dele? Principalmente as letras. Você chega a pensar em um conceito, você vai criando as letras separadamente?

Eu diria que as letras são mais ou menos criadas individualmente, para cada canção. Dito isso, uma das primeiras músicas que escrevemos para o álbum foi a Game Of Faces.

Quando estávamos escrevendo essa canção, ela meio que me fez pensar na dualidade natural das coisas. Porque a música tem uma vibe muito sombria, enquanto o refrão tem um estilo mais feliz e infantil. Então isso me fez pensar nesses dois rostos teatrais, onde um está feliz e o outro triste.

Foi quando a ideia para Game Of Faces como um tema para a canção e, eventualmente, o título do álbum completo.

A partir daí que eu comecei a colocar as outras canções no mesmo “território” desse tema geral.

Então, todos são criados individualmente, mas ao mesmo tempo, você começa a ver para onde as coisas estão indo e você acaba os colocando dentro do mesmo território.

Eu ouvi o álbum e acho que ele tem a essência da banda, mas acaba mostrando novos elementos, puxando mais para o heavy metal em algumas canções, outras são mais power metal, o que meio que foge do hard rock. Como é esse processo na hora de criar a personalidade do Dynazty?

Eu acho que algo que a gente desenvolveu há muito anos. A personalidade e identidade musical da banda, mas nesse momento eu diria que a identidade musical do Dynazty pode ser muitas coisas.

Alguns álbuns são mais em uma direção e talvez o próximo leve a uma outra.

É como você disse, com esse álbum tem alguns elementos que a gente manivelou mais do que no álbum anterior.

Eu acho que há uma cutucada extra de agressividade nesse álbum. Então a gente mudou algumas coisas e fizemos algumas músicas mais diretas. E esse era o plano para Game Of Faces, ter um imediato e um golpe forte nas músicas.

Vocês estão vindo para o Brasil com o Bangers Open Air. Como estão as expectativas para esse show?

Estamos muito animados com isso.

Primeira vez no Brasil, um ótimo festival, juntos com várias outras bandas incríveis. Isso vai ser muito divertido. Ainda mais por estar tocando no Brasil pela primeira vez.

O Bangers tem uma proposta de trazer bandas não tão conhecidas pelos brasileiros para o Brasil e acaba sendo uma excelente oportunidade para muitos artistas internacionais tocarem aqui. O que você acha dessa proposta?

Eu acho que é uma ótima ideia! Uma iniciativa muito boa!

Acho que muitas pessoas na indústria acabam sendo mais cautelosas quando a gente fala de festivais, eles vão pela nostalgia, o que puderem fazer para vender ingressos, é claro. Mas, eventualmente, algumas dessas bandas antigas irão acabar, então você precisa de novas bandas para preencher as grandes lacunas dos festivais e vender ingressos.

Para isso, os festivais precisam promover bandas novas. Eu acho que isso é uma iniciativa muito importante e uma boa ideia em geral.

Eu tenho uma última pergunta e ela é a mais importante de todas. Como você cuida do seu cabelo?

(risos) Eu não tenho uma boa resposta para isso, porque eu não faço nada de especial, eu lavo meu cabelo quando tomo banho e se eu me sinto sujo, eu uso shampoo. É isso!

Eu imaginei que essa seria resposta, porque nós mulheres gastamos muito dinheiro com produtos de cabelo e vocês apenas usam o sabonete e é isso (risos).

Uma coisa que eu acredito é que todos esses produtos destroem os aspectos naturais do seu corpo. Eu não sei, nunca fiz nada em particular com meu cabelo.

O Dynazty toca no Bangers Open Air no sábado, 3 de maio, e você confere todas as informações aqui.

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