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[Entrevista | Parte 1] Vocalista do Exhorder, Kyle Thomas, fala sobre a turnê na América Latina: “Eu acho que essa foi a melhor turnê que eu já fiz”

Em entrevista para o Tramamos, Kyle Thomas do Exhorder fala sobre a história da banda, suas formações, como foi criar o estilo musical deles e o novo álbum ‘Defectum Omnium’. A primeira parte dessa entrevista você confere abaixo

A banda americana Exhorder foi fundada em 1985, porém teve diversos hiatos durante esse tempo e diferentes formações.

Seu único membro original, Kyle Thomas, retomou a banda em 2017 e traz em sua nova formação os músicos: Jason VieBrooks, Sasha Horn e Pat O’Brien.

Para falar sobre a volta da banda, o show no Brasil no Kool Metal Fest e o lançamento do novo álbum, Kyle deu uma entrevista para a nossa jornalista Tamira Ferreira. Nós também falamos sobre Nova Orleans e como a música de lá impacta a banda.

Você confere abaixo a primeira parte da entrevista, a parte dois sairá em breve:

Tamira: Olá!

Kyle: Olá, como você está? É Tamira? (fala com um sotaque bem americano)

Tamira: É Tamira, o sotaque é um pouco diferente. Estou bem e você?

Kyle: Ah, Tamira. (fala corretamente) Estou bem, obrigado. Nada que um pouco de café não ajude.

Tamira: Isso é ótimo! Está extremamente quente aqui no Brasil, então estou apenas bebendo água.

Kyle: Sim, eu estava aí em fevereiro, nós tocamos em São Paulo.

Tamira: Sim, essa era uma das minhas perguntas, então vamos começar com isso. Como foi a experiência em tocar no Kool Metal Fest com outras bandas e aqui no Brasil?

Kyle: Foi fabuloso, na verdade! Eu preciso dizer, eu venho contando para todo mundo que pergunta porque poucas bandas americanas têm a oportunidade de tocar na América do Sul ou Central.

Claro que a viagem é a parte mais difícil porque são muitos voos, o continente é gigantesco, então você tem que voar para qualquer lugar. Mas tirando isso, tudo foi incrível.

Eu falo para as pessoas que esses foram os melhores shows que eu já toquei nos últimos 10 anos, facilmente, porque a participação do público é insana.

A garotada, e eu falo garotos porque há tantos jovens, parecia que a maioria ali estava saindo da adolescência, começo dos 20 anos. O que é, definitivamente, um bom sinal para esse tipo de música continuar indo para frente.

O público era feroz, mas a hora que eu saía e conversava com eles, olhava para eles, não pareciam as mesmas pessoas. Vocês são tão legais, educados e descolados. Estava todo mundo se matando 20 minutos atrás, enquanto tocávamos, era muito louco. E é isso que você quer, um público ao vivo intenso.

Mas no final do dia, são apenas pessoas boas se libertando um pouco. É isso que eu gosto nos nossos fãs, principalmente os que eu conheci na América Latina.

Eu acho que essa foi a melhor turnê que eu já fiz.

Tamira: Sim, é algo que muitos artistas e bandas ao redor do mundo falam sobre o Brasil, como somos apaixonados por música e shows. Nós cantamos juntos e bem alto. Eu tenho certeza de que foi uma grande experiência.

Kyle: Foi, com certeza!

Faz muito tempo que eu estive em um lugar onde eu não conhecia ninguém. Estou sempre na Europa, eu conheço pessoas em, praticamente, todos os lugares que eu vou. E dessa vez eu era um estranho. “Isso vai ser interessante”, pensei.

Mas eu encontrei as pessoas mais receptivas e amigáveis em um bom tempo no mês passado. Isso foi ótimo.

Tamira: Você estava falando sobre os jovens, os fãs novos. A banda começou nos anos de 1980, há muito tempo, agora vocês têm essa nova leva de fãs que são mais jovens e começaram a ouvir o Exhorder agora. Como está sendo a experiência de ver essa nova cena do metal, principalmente os fãs? Como você vê a diferença de como era nos anos 80 e 90 e agora?

Kyle: A principal diferença que eu vejo de quando eu era adolescente nos anos 80. Nossa, realmente soa como há muito tempo.

Mas quando eu era adolescente nos anos 80, havia mais divisões: “Esse lado gosta disso, esse gosta daquilo”. Não havia um meio termo. Demorou muito tempo para os fãs de metal e punk aprenderem a coexistirem.

Nós ajudamos a criar essa ponte no começo, não posso dizer que começamos, com certeza não terminamos, mas tivemos uma grande participação nessa união.

Mas hoje há uma maior polimerização, eu acho que essa é a melhor forma de colocar, entre diferentes gêneros sendo colocados juntos. Entre bandas diferentes tocando juntas.

E a maioria das pessoas gostam dos dois. Mas se você não gosta, está tudo bem, espere até a banda que você gosta aparecer.

No passado não era assim, tinha muito: “Você não pertence aqui”. Nós éramos similares, mas diferente, então você tinha que ficar do outro lado.

Eu não sei, talvez esteja sendo um pouco duro com a geração que eu cresci, mas eu acho que a de hoje é diferente, mais tolerante e receptiva com as diferenças e mudanças. Eu gosto, acho que é bom.

Tamira: Sim, e eu acho que é algo que a gente consegue ver na sua banda. Dá para ver que o Exhorder traz essas misturas de sonoridades.

Tamira: Vocês começaram como uma banda de trash metal, e foram incluindo novos estilos depois do primeiro hiato da banda. Mesmo com esse novo álbum é possível ver os diferentes aspectos em cada música.

Como foi para você criar esse estilo do Exhorder? O que vocês ouviam ou o que queriam colocar junto para criar sua própria música?

Kyle: Muitos diferentes estilos de música são ingredientes para o que a gente toca, com certeza. Quer dizer, com certeza o metal e o punk estão lá em sua raiz. Isso é óbvio!

Mas eu acho que para o Exhorder, uma das coisas que o faz ser único e se sobressair é a autenticidade. Especialmente em Nova Orleans, não somos a única banda daqui que pode dizer isso, mas a música tradicional de Nova Orleans, o rock n’ roll que começou aqui… Muitas pessoas não sabem o impacto que Nova Orleans teve no rock n’ roll no começo. As raízes do funk, blues, jazz, tudo isso, está imerso.

Nós ouvimos, é a trilha sonora da nossa vida, basicamente. Nós crescemos ouvindo isso o tempo todo e está no nosso sangue, faz parte de nós. E eu acho que impactou no processo de composição da banda com todo mundo que já contribuiu com as composições do Exhorder desde o começo. E, com certeza, tem um grande impacto nas criações da nossa banda.

Tamira: Eu amei que você falou sobre Nova Orleans. Enquanto estava fazendo a minha pesquisa, eu vi que vocês são de lá, me chamou atenção. É um sonho visitar Nova Orleans um dia. Eu nunca estive nos Estados Unidos, mas lá é um lugar que eu sempre quis ir por causa da cultura, toda parte mística que o rodeia, a bruxaria, essas coisas.

É algo que eu posso esperar chegando em Nova Orleans? O jazz, a bruxaria, essas coisas?

Kyle: É um lugar mais normal que você pensa, mas pode ser bem gótico, estranho e assustador como você gostaria. Se você está procurando por isso, vai achar.

É apenas mais uma área metropolitana com várias comunidades menores que constroem uma maior, Nova Orleans.

Sabe? Tem o místico aqui, com certeza! Tem passeios sobre isso que você pode ir, você pode visitar os cemitérios, muita coisa legal para ver. Tem os passeios noturnos como casas mal-assombradas e coisas assim. É bem legal! Mas é algo bem turístico, depende do que você está procurando.

Porém, você também vai encontrar pessoas aqui que são como as outras. Nós gostamos de comer, beber e se divertir.

Tamira: Sim, eu consigo imaginar isso.

Para a segunda parte da entrevista vamos falar sobre a história da banda, suas formações e o mais recente álbum ‘Defectum Omnium’. Então fiquem atento a nossas redes sociais para saber quando sair.


Foto de capa: Anderson Hildebrando

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