Entrevista Sabaton: Thobbe Englund fala sobre sua volta a banda, os 25 anos do Sabaton e o que espera de tocar no Bangers Open Air

29/03/2025 Tamira

Em entrevista para o Tramamos, o guitarrista Thobbe Englund conta como foi a conversa para sua volta ao Sabaton e as expectativas para a vinda ao Bangers Open Air

O Sabaton é uma das bandas de heavy metal mais renomadas da Suécia, tendo sua criação em 1999. Durante o período de 2012 a 2016, Thobbe Englund foi guitarrista da banda, mas acabou saindo pois queria se dedicar a sua vida pessoal. Quem assumiu a guitarra na banda foi Tommy Johanson.

Após a saída de Tommy, Thobbe retorna ao papel de guitarrista do Sabaton e nos conta em entrevista como foi essa conversa, também fala sobre as expectativas de voltar para o Brasil e tocar no Bangers Open Air.

Confira tudo abaixo:

Oi, Thobbe, como você está?

Estou bem e você?

Estou ótima, muito feliz de falar com você. Como está seu dia?

Igualmente! Meu dia está sendo muito bom, está bem tranquilo e relaxante.

Eu e meu filho estamos passando um tempo juntos, ele tem 6 anos, então estávamos brincando com sabres de luz.

Como está sendo essa volta para o Sabaton? Como foi essa conversa para você voltar para a banda e como você está sentindo em tocar com eles de novo?

A pergunta chegou para mim em janeiro de 2025. Joakim veio até a minha casa, quer dizer, a gente manteve contato todos esses anos, desde que saí da banda em 2016. Sabe? Churrascos com bebidas e escrevendo músicas juntos. Eu até fiz participações em alguns shows.

Um dia ele apareceu, eu achei que era sobre uma música que estávamos escrevendo na época, mas estávamos sentados e bebendo café quando ele me perguntou.

Ele disse: “O que acha de colocar as calças de camuflagem de novo?”

Eu: “O quê?” (risos)

Foi assim que aconteceu. Era algo natural de se fazer porque quando eu saí em 2016, foi muito porque eu estava sentindo o bunout, a gente estava tocando o tempo todo, sem tempo para ficar em casa.

E na época eu queria ter mais tempo para a minha própria música e carreira, algo mais lento.

Além disso, eu e minha esposa tivemos um filho, e eu não queria ficar longe durante esses anos. Mas agora ele tem 6 anos e a banda favorita dele é o Sabaton. Então o ciclo meio que se completou.

Eu não precisei pensar, aceitei na hora.

Eu imagino que agora seja diferente para eles também, mas você chegou a ter alguma conversa com eles sobre essa questão de ficar muito tempo fora em turnês?

Não, porque agora é algo completamente diferente do que era há 10 anos, agora muita coisa aconteceu com eles, a banda é maior, estamos tocando alguns shows, porém maiores. E isso segue juntamente com o fato de que todos têm suas famílias.

Essa é uma forma perfeita de como as coisas evoluíram para como estamos agora e você consegue ter os dois juntos e todos estão felizes. As crianças, as esposas e a banda.

Sabaton tem uma importante relação com o Brasil há muitos anos. Como são as experiências de tocarem aqui e verem os fãs brasileiros?

A gente fez uma turnê na América do Sul em 2014, eu não toquei no Brasil ou na América do Sul desde então, então para mim vai ser algo mais especial. Os outros caras já tocaram de novo aí.

Meu irmão me disse, antes de irmos pela primeira vez, porque ele é muito fã de futebol: “Os brasileiros são muito fervorosos, as pessoas irão te amar”.

Eu acreditei porque a gente sabe com os fãs de futebol são loucos e isso também vale para os fãs de heavy metal.

Estava muito animado por isso, quando a gente chegou para tocar foi incrível.

Foi uma mentalidade sulamericana, quando você se entrega 100%, loucura, mas ainda mais louco e eu amei isso, todos nós amamos.

Vai ser muito legal voltar.

Dessa vez será em uma grande festival, com pessoas que talvez não sejam tão fãs da banda, há algum nervosismo na hora de tocar para um público tão diversificado?

Não, eu diria, e vale para todos nós, porque a gente quer que todos entre na família Sabaton, então é como um desafio. Antes desse show acabar, você vai gostar de nós, você vai nos amar.

Isso é o que a gente faz de melhor, vamos atrás deles. Essa é a nossa missão.

Tem algo que você está animado para fazer aqui no Brasil, algum lugar que tem vontade de conhecer, ou algo que gostaria de experimentar?

Eu só vou aproveitar o momento e vamos ver.

Vai estar muito quente aqui, a gente tinha uma piada ano passado que era um sol para cada pessoa dentro do festival (risos).

Oh, meu Deus! Eu e o Chris Rörland, o outro guitarrista, a gente não aguenta o calor porque somos do norte da Suécia. Os outros caras da banda nos chamam de Ursos Polares, então vai ser difícil para nós, eu acho (risos).

Você vai ter que beber muita água e usar protetor solar (risos).

Tenho certeza de que vai ficar tudo bem.

Bangers tem uma proposta de trazer bandas novas para tocar com grandes nomes do heavy metal. O que você acha dessa oportunidade para as bandas que não são tão conhecidas?

Eu acho que é maravilhoso, é realmente ótimo, porque agora, principalmente depois da pandemia, e como a indústria da música evoluiu, pelo jeito, é muito difícil para bandas menores.

Ter essa oportunidade de ser visto e ouvido dessa forma é muito bom, porque a gente tem que manter a chama acesa e bandas novas precisam surgir enquanto as bandas antigas saem.

Sabaton está celebrando 25 anos de carreira e você esteve por um curto período na banda. Quando você olha para como era o Sabaton de 2012 a 2016, para a banda em 2025, o que você vê que é semelhante e o que você vê de diferente?

Nós somos basicamente os mesmos, eu diria.

Mesmo que eu tenha saído há 8 anos, a gente sempre manteve contado durante os anos, mas voltar para a banda e ter a minha guitarra nos meus ombros é como se nada tivesse mudado. A gente tem o mesmo humor estúpido e tudo é como era antigamente.

Porém, é claro, a banda tem que evoluir de uma forma positiva e a gente tem formas de conseguir mais fãs agora. Esse é uma grande diferença agora, fazendo shows maiores. Isso vem com uma gigantesca responsabilidade, a gente tem uma grande produção hoje em dia, o que é incrível. E todas as pessoas que trabalham junto com o Sabaton, é uma operação gigantesca em todos os shows.

Por favor, deixar uma mensagem para os fãs brasileiros.

A mensagem é: Nós amamos vocês, estamos indo e vamos ter o melhor momento juntos, vai ser pura magia. Não podemos esperar!