HANSON entregou um show interativo, participativo e intenso em São Paulo; saiba como foi!
O trio estadunidense Hanson está em turnê pela América Latina com seu novo álbum Red Green Blue e o Tramamos esteve presente no show de São Paulo que aconteceu no Espaço Unimed dia 15 de outubro de 2022.
Ao entrar na casa, logo próximo ao horário do show (por volta das 20h30), foi possível verificar que o local estava surpreendentemente vazio. A pista premium, localizada na frente do palco, se encontrava cheia. Porém, na pista e nos mezaninos havia buracos por falta de público. Logo veio a pergunta: muitos shows foram marcados no Brasil e os fãs escolheram outros locais e não São Paulo? O Hanson está perdendo fãs? Será que os fãs do Hanson são atrasados? Veremos.
O show começa pontualmente às 21h. Os espaços vazios há 20 minutos são preenchidos por fãs pulando, multidão gritando e não há mais buraco no público. A banda então começa a tocar a música “Fire Up” que realmente incendeia a plateia. Cantam, gritam e pulam! Verdadeira animação! Emenda já alguns hits do álbum “Middle of Nowhere: Where’s the Love?“ e “A Minute Without You“. Os ânimos se acalmam em “Against the World“ e “Thinking of You“, mas logo são restabelecidos quando Taylor Hanson toca sua gaita anunciando o hit dos anos 2000 “If Only“. Uma energia contagiante aparece do palco onde o tecladista consegue tocar gaita e pular ao mesmo tempo! Surpreendente!
Após coro alto, choros e gritos, o show vai acalmando até chegar nas baladas. Taylor Hanson introduz “Child at Heart“ com um belo discurso sobre como ver o mundo com o copo meio cheio. Na hora lembrei do documentário “Strong Enough to Break” onde a banda se alto avaliou como “Ike, o pessimista. Zac, o realista. Taylor, o otimista”. Então, esse tipo de discurso faz jus a fama do cantor. Logo depois entra a canção “Weird” que deixou as fãs completamente desoladas de tanto chorar. Sempre cantando muito alto, não podemos esquecer.
Os irmãos Ike e Taylor, então, saem do palco e deixam o show nas mãos de Zac Hanson onde o caçula começa seu solo. Ele vai até o piano e toca “Go” acabando assim com todas as lágrimas que restavam das fãs. Importante ressaltar a qualidade da voz deste cantor. Para quem não o conhecia, passou não só a conhecê-lo como admirá-lo. Sua voz no piano estava impecável. O baterista então continua seu solo com a escolha da música “Broken Angel“. Preciso falar (de novo) que só havia fã chorando? Sim, preciso, porque foi realmente emocionante.
Os irmãos mais velhos então retornam ao palco e, com os três de pé, tocam “Madeline“. Foi uma versão acústica e que pelo visto agradou muito, pois o público cantou bem alto.
Taylor e Zac Hanson então saem do palco e dão espaço para que o irmão mais velho, Ike, possa apresentar seu solo. Ike introduz a música “For Your Love“ com um discurso sobre casamento e todo o esforço que faz um relacionamento dar certo. Pelo sorriso em seu rosto e paixão nos seus olhos, posso afirmar que ele está muito bem casado, obrigado. Legal reforçar que o cantor pediu para os fãs cantarem as seguintes palavras: “for your love” pois ele faria um arranjo na música. E foi isso que aconteceu, o público fazia um looping de “for your love” enquanto Ike cantava o refrão por cima. Foi interessante!
Depois, o guitarrista discursa sobre “Write You a Song“, contando que sua filha pediu para que o pai escrevesse uma música para ela, pois ele nunca tinha o feito. A música tem uma melodia dançante e inocente. As fãs se soltaram, bateram palmas e dançaram em seus lugares.
Logo depois, os irmãos voltaram e cantaram o hit “Penny and Me” que fez o público cantar junto. Já emendou com “This Time Around” e Taylor Hanson usou a mesma técnica que o irmão Ike tinha utilizado anteriormente: os fãs cantavam em looping no fundo “and we won’t go down” enquanto o vocalista cantava o refrão por cima. Particularmente, gosto muito deste tipo de estratégia, pois faz o show ser interativo. Ele exige a participação do fã e mostra sua devida importância na carreira de um artista. Depois cantam “Can’t Stop”, “Cold as Ice” (onde teve uma jam/batalha de instrumento entre os irmãos) e “Thinking ‘bout Something”.
Ike e Zac então deixam o palco para a apresentação solo de Taylor Hanson. O vocalista vai até o meio do palco, desce um degrau (causando gritos da plateia) e pede que a próxima música seja cantada apenas por ele e os fãs à capela. Taylor começa a cantar o hit “Save Me” (talvez a música mais conhecida do Hanson em terras brasileiras, pois foi tema da personagem da Carolina Dickmann na novela “Laços de Família”).
Esta hora foi surpreendentemente alto. Senti como se as paredes do local não fossem aguentar de tanto tremer apenas com o barulho do público cantando com o Taylor. Era como se a casa fosse pequena para o canto que estava acontecendo lá dentro. Imaginei que até quem estava dentro do metrô Barra Funda conseguiria ouvir (claro que não, mas confesso que imaginei). Depois do refrão ele vai até o piano e continua a canção. O coro não diminui, o som é constantemente alto. Ao final, Taylor tem um olhar orgulhoso sob seus fãs e ele esboça um sorriso de verdadeira felicidade.
Ike e Zac voltam ao palco e Taylor introduz as notas de “I Will Come to You”. O vocalista perdeu a hora da entrada e os fãs (ainda empolgados por cantarem Save Me) tomaram a frente e começaram a cantar. A banda então faz uma cara positivamente surpresa e continua apenas a tocar, enquanto os fãs continuam a cantar a letra da música. Taylor então toma seu posto de vocalista e lidera a canção. Deu para ver que foi bem legal essa saída de controle. Eles gostaram!
Caminho para o final, os irmão cantaram “Julliet”, “Only Love”, “I Was Born”, “MMMbop” e “Get the Girl Back”. “MMMbop” claro que deu aquela agitada, cartazes foram levantados, fãs pularam e cantaram. A banda sai do palco, dá um tempinho e retorna para finalizar com “I Don’t Wanna Go Home” (particularmente a que vos escreve acha essa música genial para shows, principalmente no final) e terminam com “Lost Without Each Other”. Eles se despedem dando as mãos, curvando-se para a plateia e agradecendo pelo show. Distribuem palhetas e tiram fotos com o público da casa para as redes sociais.
O show do Hanson se mostrou muito forte e inteligente. Teve uma (longa) duração de quase 2h30min de apresentação sem atrasos. Os músicos estavam presentes de corpo e alma, assim como seus fãs. Foi um show interativo, participativo e intenso. As músicas foram colocadas de forma que suas emoções vão se alterando gradualmente até o ápice (seja de alegria ou de emoção). São técnicas sutis e simples que fazem toda a diferença. O Hanson definitivamente é um perfil de artista que o show business precisava mais: artista que respeitam público e produção. E São Paulo provou o que é um público brasileiro: apaixonado e alto, muito alto. De longe uma das melhores apresentações que já presenciei. E pelas expressões da banda, para eles também.
Foto capa: instagram.com/mulekedoidomemo
Fotos texto: Mercury Concerts
Parabéns! Você conseguiu discorrer uma experiência plena, o que para nós, fãs (que não tem a oportunidade financeira de está presente em um show), é extremamente gratificante. Novamente parabéns, suas palavras são de uma pessoa muito talentosa e perceptiva!
Relatou o que realmente foi esse show. Valeu cada segundo. Sou suspeita pois sou fã da banda….mas a descrição do coro de “Save Me” foi assim mesmo….incrível. Ótima reportagem. Parabéns.
Que texto PERFEITO!!! Descreveu exatamente o que aconteceu e eu voltei no tempo, chorando exatamente nós mesmos momentos descritos!!! Muito obrigada por tamanha sutileza e felling, ser fã do HANSON é uma dádiva pois eles são exatamente aquilo que estavam no palco, inteligentes, perspicazes, gentis, educados, apaixonados, apaixonantes, enfim…sou fã neh, difícil enumerar as qualidades!
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