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Kiko Loureiro celebra carreira em São Paulo com técnica, simpatia e emoção

Em uma noite cheia de habilidade com as seis cordas, Kiko levanta o público com um setlist afiado e convidados especiais que abrilhantam noite. 

Foto: Thammy Sartori

O segundo semestre de 2024 vem demonstrando que será uma época recheada de shows. A véspera dos dias dos pais foi um belo exemplo dessa situação. Em meio a tantos eventos para diversos gostos acontecendo simultaneamente no último sábado (10), os fãs de músicas cheias de técnica e versatilidade tiveram um encontro no Tokio Marine Hall com a passagem de Kiko Loureiro com sua atual turnê solo, gerenciada pela Top Link. 

Com a casa abrindo para o público às 19h30, Luiz Toffoli e sua banda foram os responsáveis pelo show de abertura. O grupo composto nessa noite com Léo Carvalho (teclado), Marcos Janowitz (baixo), Cássio Marcos (vocal) e o talentosíssimo Pedro Tinello (bateria) apresentou músicas do seu único disco, “Enigma Garden”, lançado no ano passado.

Com forte e clara influência de Dream Theater, inclusive apresentando no show “As I Am”, do grupo americano, a banda marca presença em eventos da Top Link, sempre com boas apresentações que entretém o público como ato de abertura. 

Foto: Thammy Sartori

Na sequência, Gustavo Di Padua (ex-Almah) foi o responsável por dar continuidade à noite. Acompanhado de Marcus Filipe (guitarra), Thiago Fernandes (baixo) e Gabriel Triani (bateria), Gustavo apresentou músicas de diversos projetos solos, incluindo covers na versão instrumental de “Paranoid”, do Black Sabbath, e “Wasted Years”, do Iron Maiden, presentes no disco “Rock in Quinta” do guitarrista. 

Foto: Rogério Talarico

Junto disso, apresentou material inédito ao público, como a interessante “Welcome to the Next Stage”. Aliando sua técnica à simpatia e presença de palco, Gustavo encantou parte do público que não o conhecia, deixando claro a vontade de se apresentar novamente para os fãs. 

Os presentes naquela noite entoavam “Tesouro, Tesouro”, clamando pelo dono da noite. Foi às 22h que Pedro Henrique Loureiro subiu ao palco do Tokio Marine Hall, aclamado por todos. 

Foto: Thammy Sartori

Sem Felipe Andreoli e Bruno Valverde, ocupados com um show do Angra em Ribeirão Preto, Kiko foi acompanhado de Thiago Baumgarten (baixo) e do jovem Luigi Paraventi (bateria), além do guitarrista Luiz Rodrigues. “Overflow” e a clássica “Pau-de-arara” foram as responsáveis por abrir o concerto, apresentando um Kiko cheio de uma marcante e agitada presença de palco, somado a sua técnica impecável. 

Foto: Thammy Sartori

Depois de “Reflective” e “No Gravity”, Loureiro desceu durante “Vital Sings” para tocar junto ao público na grade em frente ao palco. O guitarrista relembrou seus tempos de Angra em um belíssimo medley envolvendo partes instrumentais e solos de “Carry On”, “Spread Your Fire”, “Nova Era”, “Morning Star”, “Evil Warning” e “Speed”, deixando os antigos fãs de Angra empolgados. 

Foi depois de “Du Monde” que Kiko trouxe ao palco Lobão, primeiro convidado da noite. Enquanto Kiko o convidava, o guitarrista citou Lobão como uma de suas influências quando jovem, comentando que a história do velho lobo se misturava à história do rock nacional. Juntos, apresentaram “Mais Uma Vez”, clássico da carreira do convidado. 

Foto: Thammy Sartori

Antes de retomar sua carreira solo, Kiko alçava vôos no Megadeth, onde foi guitarrista por oito anos. Relembrando esses anos, a instrumental “Conquer or Die!” precedeu “Killing Time”, faixa onde o guitarrista assumiu os vocais de Dave Mustaine de forma muito bem executada. 

Após “Dreamlike”, Loureiro convidou um fã para subir ao palco e tocar sua própria guitarra. Acompanhado da banda, o fã Felipe roubou a cena improvisando um excelente solo, sendo ovacionado pelo público. 

Foto: Thammy Sartori

Na sequência, o vocalista Alírio Netto (Queen Extravaganza, Ex-Shaman) subiu ao palco para uma emocionante execução de um dos maiores clássicos do Angra, “Rebirth”, cantado em uníssono por todos os presentes. 

Foto: Thammy Sartori

Durante a execução da rápida e pesada “Dilemma”, era possível ver Luís Mariutti se preparando para logo subir ao palco. Quando Kiko o anunciou, relembrou que essa era a primeira vez que eles tocavam juntos em vinte e cinco anos, desde a separação da formação clássica do Angra. 

Foto: Thammy Sartori

Nothing to Say”, do Angra, foi a escolhida para selar esse reencontro, coroada com a voz de Alírio Netto no palco novamente. Para um fã de Angra, assistir esse reencontro foi muito emocionante. Depois da famosa “Enfermo”, uma das principais canções de sua carreira solo, Pedro Henrique convidou ao palco Ron “Bumblefoot” Thal ou, como ele mesmo brincou “Gandalfoot”, com sua longa barba e chapéu marcante. O ex-Guns n’ Roses, ex-Sons of Apollo e atual líder do Whom Gods Destroy subiu ao palco para participar de “Escaping”, canção de Kiko. 

Foto: Thammy Sartori

Para encerrar a noite, todos os convidados subiram ao palco para a execução de “Stormbringer”, cover do Deep Purple. Na música final, ainda houve solos improvisados e Bumblefoot, Lobão e, claro, Loureiro que, inclusive, assumiu os vocais da música junto de Alírio.

Foto: Thammy Sartori

Kiko Loureiro agora investe como nunca em sua carreira solo e os shows dessa turnê mostram que o sucesso é iminente. Agora, sendo o frontman de seu próprio projeto, Loureiro busca se desvencilhar da imagem de “limão”, cada vez mais buscando demonstrar simpatia e desenvoltura ao ser, de fato, o líder de seu projeto. 

Acertando em cheio nos convidados, facilitados por seu novo empresário Paulo Baron, Pedro Henrique entregou um show tecnicamente perfeito, com emoção e diversão, levantando o imaginário de fãs do Angra ao ouvir novamente um brasileiro cantando suas letras. 

Com um espetáculo tão bem produzido, só me resta repetir o que disse da última vez que o assisti: Kiko Loureiro é, de fato, um tesouro da música brasileira. 

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