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KIKO LOUREIRO celebra sua carreira solo em retorno aos palcos Brasileiros

O Sesc Avenida Paulista foi palco de uma verdadeira celebração musical na última sexta-feira (8). O pequeno espaço no térreo do grande prédio do Sesc foi o ponto de encontro para os fãs de Kiko Loureiro em sua primeira apresentação após seu afastamento do Megadeth, acontecido recentemente. 

Resenha por: Pedro Henrique
Fotos por: Thammy Sartori

O show também marcou o retorno do guitarrista aos palcos brasileiros, onde desde 2019 não aparecia. Além disso, as datas de 8 e 9 de dezembro no Sesc Avenida Paulista, com ingressos esgotados em minutos, marcam os primeiros concertos apresentando músicas do disco “Open Source”, lançado em meio a pandemia e que, por isso, não teve uma turnê de divulgação. Ou seja, havia muito o que se celebrar. 

Talvez pelo fato do Angra estar em turnê pelo nordeste nessas datas, Pedro Henrique Loureiro não pode contar com Felipe Andreoli e Bruno Valverde, músicos que, geralmente, o acompanham em suas apresentações solo. Sendo assim, pela primeira vez, o Kiko Loureiro Trio se apresentou como um Quarteto, contando com Luiz Rodrigues (guitarra), Junior Braguinha (baixo) e Luigi Paraventi (bateria). 

Com uma banda muito bem preparada, Kiko subiu ao palco com apenas cinco minutos de atraso, abrindo o show com “Overflow”, faixa que abre o disco “Open Source”. “Reflective” e “Escaping” deram continuidade ao show que, tecnicamente, era perfeito. 

Kiko não decepciona ao vivo, o que justifica todo o espaço conquistado pelo guitarrista. Apesar de tímido na hora de conversar com o público, o guitarrista agradeceu a presença de todos, comentando que estava com saudade de tocar no Brasil. Depois de elogiar a camiseta do São Paulo FC de um fã no fundo da casa, de comentar sobre seu último álbum e de como a pandêmia o impediu de divulgá-lo, o guitarrista tocou “Vital Signs” e “Dreamlike” na sequência, ambas desse disco. 

Logo após, foi a vez de “Pau-de-arara”, famoso título da carreira solo do músico que, como uma pequena provocação aos fãs, contou com o riff de “Caça e Caçador”, do Angra, logo em sua introdução, para a alegria dos presentes. 

Pouco se fala sobre um retorno do guitarrista a banda que lhe apresentou ao mundo, mesmo com os gritos de alguns fãs na plateia do Sesc pedindo por isso. Com um violão no palco, Kiko puxou a introdução de “Conquer or Die”, uma das poucas faixas instrumentais do Megadeth, gravada na época em que o guitarrista estava na banda. Na sequência, a clássica “No Gravity”, do disco homônimo, deu continuidade ao concerto. Segundo o músico, esse título surgiu como uma resposta à pergunta “O que você se sente no momento em que está fazendo um solo?”, que, segundo o próprio, ele nunca sabia ao certo como responder. Além disso, ele comentou sobre como este disco havia sido gravado entre os intervalos do clássico “Temple of Shadows”, do Angra. Kiko disse que algumas faixas que compunha para o Angra nessa época tinham mais cara de música instrumental, o que o fez deixar essas trilhas para seu projeto solo.

Mais solto, Kiko contou a divertida história da faixa “Feijão de Corda”. Segundo ele, em tour com o Angra pelo nordeste, a banda foi servida em um restaurante por um homem muito parecido com Alceu Valença, onde este dizia que tinha o melhor feijão de corda da região. No fim, o homem, supostamente, era irmão de Alceu Valença. Desta forma, Kiko dedicou “Feijão de Corda” à Alceu Valença e seu suposto irmão, arrancando boas risadas do público. 

Apesar de pouca interação durante as músicas, os presentes aplaudiam fielmente ao fim de cada faixa, além de algumas frases e gritos no intervalo entre as músicas. O fato do espaço do Sesc ser pequeno facilita essa interação do público com a banda. 

A apresentação contou com solos de todos os membros, muito competentes. Junior Braguinha já tocou na banda de Virgil Donati, o que dispensa qualquer outra apresentação de sua qualidade. Luiz Rodrigues vem recebendo elogios por seu disco solo, além do fato de que se o próprio Kiko o escolheu para estar ao seu lado, já mostra a absoluta qualidade do guitarrista. Luigi Paraventi, também baterista do Command6, foi um dos grandes destaques do show, com apenas dezoito anos, fazendo um solo de respeito e com direito a fãs clamando pelo nome do jovem durante o show. 

Finalizando o set principal, os dedilhados de “Du Monde” se misturaram como uma pequena amostra de “Rebirth” do Angra, arrancando suspiros dos fãs. Para trazer ainda mais alegria à quem lá estava, o bis se deu início com “Nothing to Say” do Angra, porém, infelizmente, contando apenas com a introdução desta, dando sequência a pesada “Enfermo”, excelente música que encerrou o show de vez. 

Não estando em nenhuma banda neste momento, Kiko Loureiro parecia muito feliz em estar apresentando sua carreira solo novamente. Sem apresentar muitos planos para o futuro, ele tem toda a liberdade para se apresentar onde quiser, pois terá um bom público o acompanhando. 

Um exemplo disso foi o fato dos ingressos para estas apresentações terem se esgotado muito rapidamente, apenas comprovando a importância do músico e a lealdade de seus fãs. Qualquer banda teria sorte em ter Kiko Loureiro como seu membro. Mais sorte ainda temos nós, fãs, em poder consumir sua música, seja no Angra, Megadeth, solo ou em qualquer outro lugar. Kiko Loureiro é, de fato, um dos tesouros da música brasileira. 


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