Gojira e Mastodon em São Paulo: turnê une gigantes do metal em noite de peso e técnica
Ambas as bandas executaram um setlist repleto de hits, agradando fãs novos e de longa data
Resenha por: Euler Feitosa
Fotos divulgação: Stephan Solon
Em véspera de feriado, fãs de diversas vertentes do metal se reuniram, na última terça-feira (14), para prestigiar a tão aguardada apresentação de dois grandes nomes da música pesada. Em meio ao calor intenso que castigava a capital paulista, trânsito e lotações abarrotadas, as ruas próximas do Espaço Unimed foram tomadas pelo público que chegou em massa, ansiosos pela grande noite.
A atual turnê, intitulada de “The Mega-Monsters Tour” promove a união das bandas, prometendo um evento repleto de peso e técnica. Como sabemos, ambas tem influências de várias vertentes, como o Stoner Rock, Sludge Metal, Groove Metal e sem dúvidas, o Progressive Metal. Muito habilidosos e criativos, os músicos compõe letras e instrumentais impecáveis.
Com boa parte da capacidade total da casa preenchida, o Mastodon sobe ao palco às 20h20, como previsto. O grupo é composto pelo baixista e vocalista Troy Sanders, Brent Hinds na guitarra solo e vocais, Bill Kelliher na guitarra base e backing vocals, Brann Dailor na bateria e vocais e, completando o time, o pernambucano João Nogueira nos teclados. A apresentação passou por toda a carreira da banda, trazendo músicas de literalmente todos os álbuns de estúdio, desde Remission (2002) até o derradeiro Hushed and Grim (2021), que conta com a participação de Nogueira em seu processo criativo.
Grandes sucessos foram executados, como as atuais Pain With an Anchor e More Than I Could Chew, as intermediárias Sultan’s Curse, High Road e Black Tongue e as clássicas Divinations, Crystal Skull, Blood and Thunder e Mother Puncher. Até mesmo a instrumental Bladecatcher teve seu lugar garantido no setlist, em um momento de apreciação as toda técnica e habilidade que compõe todos os trabalhos da banda. Após o término dos trabalhos, o baterista Brann Dailor agradece a todos e promete um retorno breve, pois diz ser injusto terem ficado 8 anos sem se apresentar em nossas terras. O Mastodon aqueceu (e muito) os ânimos com um show psicodélico, deixando o palco “amaciado” para o quarteto francês.
Após uma contagem regressiva de 180 segundos, os músicos do Gojira sobem ao palco às 22:10, sendo recebidos com uma energia surreal da plateia. A banda é composta por Joe Duplantier nos vocais e guitarra, Christian Andreu na guitarra solo, Jean-Michel Labadie no baixo e Mario Duplantier na bateria. Assim como o Mastodon, estavam há 8 anos sem passar por São Paulo e presentearam seus fãs com um setlist que visita boa parte dos álbuns de estúdio, como o clássico From Mars to Sirius (2005), Magma (2016) e o mais recente, Fortitude (2021).
Com momentos de muito peso, técnica e variações diversas em seu instrumental, o Gojira acertou em cheio em unir grandes hits como Flying Whales, Another World, Oroborus, Silvera e Amazonia em seu repertório. No meio do set, o baterista Mario Duplantier executou um solo intimista, interagindo com fãs entre as pausas, onde usou placas com frases em português incentivando a plateia a fazer muito barulho.
Muitos anos se passaram até o retorno das duas bandas a capital paulista. Em uma turnê excepcional, para não dizer improvável, Mastodon e Gojira preencheram uma lacuna temporal, matando a saudade de seus fãs, os presenteando com uma noite inesquecível. Quem esteve presente certamente irá se lembrar desse momento como um dia ímpar, que deixará um grande gostinho de “quero mais”. Além dos setlists recheados de músicas essenciais, a estrutura do palco montado foi sensacional, com telões apresentando imagens imersivas durante todo o show, de acordo com o tema abordado nas letras das músicas, sendo um grande requinte cinematográfico, que agrega muito na experiência como um todo.