[Resenha] My Dying Bride lança o épico e doloroso “A Mortal Binding”
Com mais de 30 anos de estrada, a My Dying Bride renova seu domínio na cena musical com um álbum melancólico, profundo e devastador
Lançado nesta sexta-feira (19), “A Mortal Binding” marca mais um capítulo grandioso na história da My Dying Bride, uma das bandas mais bem estabelecidas da história do doom metal e do metal gótico mundial.
Assim como em grande parte de seus trabalhos anteriores, a My Dying Bride brilha ao unir um som sombrio, pesado e melancólico a uma ambientação suave e etérea. A banda sempre esteve na vanguarda desse jogo, reinventando o estilo a cada lançamento.
Este álbum segue os passos de “The Ghost of Orion“, lançado em 2019, e mantém — até demais — a coesão com os lançamentos anteriores do sexteto, apesar da formação renovada da banda, que agora conta com o guitarrista Neil Blanchett e comemora o retorno do baterista Dan Mullins.
Como a maioria dos títulos do grupo (e o próprio gênero a que pertence), “A Mortal Binding” traz uma experiência recompensadora, construída aos poucos em um exercício de contemplação e paciência.
Tudo começa com a tristeza crua e sinistra de “Her Dominion“, preparando o terreno para uma obra pouco experimental, mas ainda exemplar, que conquistará os amantes deste estilo musical.
“Thornwyck Hymn” é, de alguma forma, ainda mais sombria com sua bateria massacrante, acompanhada da energia solene e inebriante das guitarras. Em seguida, “The 2nd of Three Bells” é suave e melodiosa, construída meticulosamente sobre vocais limpos (e criminosamente subestimados), ao estilo clássico da My Dying Bride.
“Unthroned Creed” é uma experiência aterrorizante, infecciosa e atmosférica que acorrenta o ouvinte — remetendo um pouco aos clássicos do Type O Negative — com linhas de guitarra estelares e um peso, muitas vezes, opressor. Essa sensação aumenta ainda mais com o festival de riffs de rasgar a alma e a narrativa sonora longa e sinuosa de “The Apocalyptist“, que se estende pelos 11 minutos mais imprevisíveis de todo o álbum.
Essas faixas grandiosas estabelecem a base perfeita para a sequência final, iniciada pela contemplativa e avassaladora “Starving Heart“, repleta de uma dor quase física, caminhando, inexoravelmente, em direção a um fim inevitável e o violino devastador de Shaun MacGowan em “Crushed Embers“, que compõe um encerramento equilibrado, melódico e apaziguador para a obra de arte que é este EP.
A Mortal Binding é uma demonstração de maturidade musical e emocional que nos deixa ansiosos e sedentos por mais.
Quer saber mais sobre a My Dying Bride? Confira a entrevista exclusiva que o Tramamos fez com o guitarrista e criador da banda, Andrew Craighan!
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