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SAVATAGE E OPETH: atrações do Monsters Of Rock entregam setlists completos em apresentações opostamente incríveis; saiba como foi!

Quando o Monsters of Rock 2025 anunciou Savatage e Opeth entre suas atrações, a notícia dividiu opiniões: se, por um lado, trouxe alegria ao reunir dois gigantes em um único festival — com destaque para o aguardado retorno do Savatage aos palcos após anos de hiato —, por outro, frustrou fãs que temiam que o tempo reduzido de palco limitasse o repertório das bandas, especialmente no caso do Opeth, conhecido por suas longas composições. Assim, quando foi confirmado um show extra reunindo ambos, dois dias após o festival, a celebração foi imediata. E, spoilers: nenhum dos dois decepcionou.

CASA NÃO MUITO CHEIA, MAS PÚBLICO FEZ BONITO:

Crédito das fotos: Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Apesar do peso dos nomes envolvidos, era previsível que a lotação não fosse total. Muitos já haviam assistido às apresentações no Monsters Of Rock, o ingresso não era dos mais acessíveis, e a agenda de shows em São Paulo estava intensa: na noite anterior, Judas Priest e Queensrÿche dividiram o palco, e, dias depois, o Bangers Open Air também movimentaria a cena. Mesmo assim, a casa — o Espaço Unimed — recebeu um público bastante animado, com mais da metade de sua capacidade preenchida por fãs de diferentes gerações e gostos.

O clima de confraternização foi notável: seja entre fãs de Opeth e Savatage, seja com a presença de figuras conhecidas da cena nacional, como Andreas Kisser (Sepultura) e Felipe Andreoli (Angra), que prestigiaram o retorno histórico do Savatage.

Às 19h30 em ponto, as luzes se apagaram para o início da noite.

OPETH FOCA EM NOVIDADES, SEM ESQUECER DOS CLÁSSICOS:

O Opeth subiu ao palco focado em um repertório que resgatou suas origens mais pesadas, em perfeita sintonia com o espírito do álbum mais recente, The Last Will and Testament, que marca uma volta ao som sombrio que projetou os suecos ao estrelato. A abertura foi idêntica à do festival: “§1” deu o pontapé inicial, seguida por “Master’s Apprentice”.

Pequenos deslizes técnicos — como um erro discreto do tecladista Joakim Svalberg em “The Leper Affinity” — não comprometeram a fluidez do espetáculo. Como de costume, Mikael Åkerfeldt interagiu de forma leve e divertida com o público, contando histórias, brincando e mantendo a platéia cativa, mesmo aqueles que não tinham o Opeth como atração principal.

É preciso dizer que, para quem gosta do som soturno e introspectivo da banda, esse show sem dúvidas foi mais impactante que a apresentação no Monsters. Em vez de estarem debaixo do sol do meio dia, era uma agradável noite, em local interno, e com iluminação fantástica, que ajudava a dar o clima da apresentação. O público era muito mais barulhento, também, em especial quando todos cantavam em coro a clássica “In My Time Of Need”. Após nove faixas — com destaque ainda para “Ghost of Perdition” e “Deliverance” —, o Opeth se despediu sob aplausos calorosos.

Setlist — Opeth:

  • §1
  • Master’s Apprentice
  • The Leper Affinity
  • §7
  • In My Time of Need
  • §3
  • Ghost of Perdition
  • Sorceress
  • Deliverance

A PRIMEIRA APRESENTAÇÃO COMPLETA DO SAVATAGE EM MAIS DE VINTE ANOS:

O Savatage, por sua vez, protagonizou uma noite histórica. O Brasil, que já havia testemunhado uma das apresentações mais memoráveis da banda no Monsters of Rock de 1998 (disponível na íntegra no YouTube), foi novamente o palco de um momento especial: o primeiro show completo do grupo em mais de duas décadas.

Eles eram a grande atração da noite, e até quem tinha ido ver os suecos do Opeth, ficou para assistir os americanos! E ninguém, absolutamente ninguém saiu decepcionado.

A abertura, com “The Ocean” e “Welcome”, incendiou o Espaço Unimed, seguida da clássica “Jesus Saves”. Zak Stevens, visivelmente emocionado, entregou uma performance impecável, cantava impecavelmente cada nota, e agitava o público. Mesmo cometendo um pequeno deslize ao anunciar equivocadamente a próxima música “The Wake Of Magellan” — rapidamente corrigido em meio a risos e aplausos, informou que tocaria “Sirens” – algo curioso, já que esta esteve no fim do show anterior. Deslizou no anúncio, mas não na cantoria!.

O repertório trouxe surpresas para os fãs mais atentos: “Another Way”, “Turns to Me”, a raríssima “Taunting Cobras” (ausente dos palcos desde 1998) e clássicos como “Chance” e “Gutter Ballet” embalaram a noite.

Outras novidades no setlist ficaram por conta da pesada “Taunting Cobras”, que não era tocada desde 1998 pela banda, além de “Turns To Me”, “Strange Wings”, “The Storm”, “This Is The Time”, “The Hourglass”, e a clássica “Power Of The Night”.

Como havia sido anteriormente, durante a icônica “Chance”, bandeiras de diversos países iam passando pelos telões, terminando com a do Brasil ao impactante final da canção. Mas o momento mais emocionante foi quando o tecladista e fundador, Jon Oliva, que não pôde estar presente por seu deteriorado estado de saúde, apareceu no telão com uma mensagem aos fãs, e cantando a adorada música “Believe”, enquanto imagens de seu irmão, Criss Oliva, falecido em 1992, passavam durante o icônico solo por ele gravado, e reproduzido magistralmente por Chris Caffery

No bis, Zak Stevens retornou ao palco vestindo a camisa da seleção brasileira para encerrar com a épica “Hall of the Mountain King”, coroando uma noite inesquecível.

Acabava ali uma grande noite!

Setlist — Savatage:

  • The Ocean
  • Welcome
  • Jesus Saves
  • Sirens
  • Another Way
  • The Wake of Magellan
  • Strange Wings
  • Taunting Cobras
  • Turns to Me
  • Dead Winter Dead
  • The Storm
  • Handful of Rain
  • Chance
  • This Is the Time
  • Gutter Ballet
  • Edge of Thorns
  • The Hourglass
  • Believe
  • Power of the Night
  • Hall of the Mountain King

O CONTRASTE DAS BANDAS CAIU COMO UMA LUVA:

Embora estilisticamente distintos, Savatage e Opeth se complementaram de maneira surpreendente na mesma noite. Os fãs do Opeth apreciaram a intensidade energética do Savatage, enquanto os seguidores da banda americana puderam se encantar com a densidade atmosférica dos suecos.

Que essa noite histórica seja apenas o começo de um novo capítulo para essas duas bandas tão amadas pelo público brasileiro. Que voltem logo!

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