The Cult: Turnê comemorativa de 40 anos passa por três cidades do Brasil, confira como foi o show da banda em São Paulo.
A tão aguardada turnê comemorativa de 40 anos da banda The Cult chegou ao Brasil e, melhor ainda, chegou a São Paulo neste domingo (23). Nós vamos contar um pouco como foi a experiência e esse showzão com direito a abertura da banda Baroness que nos entregou um belo aquecimento.
Baroness
A banda norte-americana entrou no palco pontualmente às 20h, diante de uma casa cheia, mas de um público ainda morno. Mesmo não sendo do mesmo estilo musical da atração da noite, o Baroness conseguiu aquecer o público maravilhosamente bem.
Estando em um território que não era exatamente o seu, a banda entregou uma grande performance, trazendo uma atmosfera bem distintas do que se esperava para a noite. No entanto, a energia da banda e a qualidade musical conquistaram a todos.
Com mais de 20 anos de carreira, o Baroness retornou ao Brasil pela segunda vez, dessa vez com um público maior. John Baizley (vocal e guitarra), Gina Gleason (guitarra), Nick Jost (baixo) e Sebastian Thomson (bateria) entregaram um setlist que percorreu diferentes fases da banda.
O show incluiu duas faixas do álbum mais recente, Stone (2023), “Last Word” e “Under the Wheel“, que mostraram a sonoridade mais atual da banda. Já “A Horse Called Golgotha” e “Swollen and Halo“, do Blue Record (2009), representam a fase mais crua e agressiva do Baroness. “March to the Sea“, um dos maiores sucessos do álbum Yellow & Green (2012), trouxe um equilíbrio, mostrando uma boa transição.
Os destaques da noite ficaram por conta de “Shock Me” e “Chlorine & Wine“, ambas do álbum Purple (2015), que arrancaram a voz alta de bastante gente que estava no show.
Embora o público inicial estivesse pouco animado, o Baroness conseguiu reverter a situação com um show cativante. Com seu jogo de luzes e poucas palavras, a banda entregou um perfeito show de abertura para quem estava ali por eles ou pelo The Cult.
The Cult
Antes do show começar, um incenso foi aceso e passado pelo palco, criando uma atmosfera mística que se espalhou pelo ambiente. O palco logo ficou envolto em uma fumaça, elevando ainda mais a onda psicodélica e gótica da apresentação. Para intensificar essa sensação, os telões foram desligados, e a atenção do público voltou completamente para o palco.
Os fãs já estavam ansiosos, e a casa, que estava cheia, começou a encher ainda mais. Ao tentar entrar, havia fãs até na parte das portas. A casa realmente lotou e todos estavam à espera deles. Com alguns minutos de atraso, já se ouviam os fãs gritando e pedindo à banda para entrar.
A abertura veio com “In the Clouds“, faixa celebrada da coletânea High Octane Cult (1996), e foi o suficiente para animar os fãs. Os gritos da plateia mostravam o quão empolgados estavam para o restante do show.
Astbury subiu ao palco sem muitas formalidades – pegou seu pandeiro, soltou a voz e mostrou que ainda sabe dominar o público como poucos. Embora o alcance vocal já não seja o mesmo, sua presença e entrega no palco provaram que o frontman continua dono de uma performance marcante.
Com o palco envolto em fumaça e luzes dançando ao ritmo da música, o público foi transportado para um mundo sensorial que preparou o terreno perfeito para o The Cult. A mistura do clima psicodélico com o gótico foi um complemento ideal para a experiência.
O show seguiu com os fãs cantando algumas músicas mais baixinhas. Após a quarta música, o vocalista trocou sua primeira palavra com o público, dizendo um simples “obrigado“. Mesmo sendo um homem de poucas palavras, Ian sempre tentava animar o público, pedindo para todos levantarem os braços, se animarem e baterem palmas. Mas foi no combo dessa sequência que o público cantou a plenos pulmões: “War (The Process)” do Beyond Good and Evil (2001), “Edie (Ciao Baby)” do Sonic Temple (1989) e “Revolution” do Love (1985).
Astbury tocava seu pandeiro, elemento indispensável em suas performances, enquanto o público se entregava ao momento. Já Billy Duffy, como sempre, brilhou em sua guitarra com riffs cortantes e solos impecáveis, especialmente em “Resurrection Joe“, que estava carregada pelo groove pulsante de baixo e bateria.
O encore veio arrebatador, trazendo “Brother Wolf, Sister Moon“, do Love (1985), seguida por um dos momentos mais aguardados: “She Sells Sanctuary“, com seus toques mais góticos, e para encerrar a noite de forma inesquecível, “Love Removal Machine” selou o show com chave de ouro.
Com uma setlist repleta de sucessos e uma entrega impecável da banda, o The Cult proporcionou uma experiência memorável, deixando os fãs extasiados e reafirmando seu legado, já podemos marcar a próxima data para um novo show?
Confiram também nossa entrevista com Ian Astbury.