EntrevistasMúsica

[entrevista] THE GAZETTE | 17 anos são só o começo. Eles querem mais, muito mais!

19 de maio certamente vai ficar na memória de todos os que amam o the GazettE. O grupo se apresentou na Audio, em São Paulo, entregando um show cheio de energia, carinho e o mais próximo e íntimo para os fãs até agora. A banda não poupou esforços para agradar, e o público respondeu com tudo o que tinha para oferecer… e um pouco mais.

Uma das poucas bandas no Japão a permanecer ativa por mais de 15 anos, o grupo tem uma longa e produtiva discografia, com álbuns que incorporam diferentes estilos musicais e variedades do rock. Seu último álbum, NINTH, está levando a banda em uma viagem ao redor do planeta durante a turnê mundial, a última série de apresentações do the GazettE antes do show de encerramento, dia 23 de setembro, na Yokohama Arena, um espaço para até 17 mil pessoas, em Tóquio.

A entrevista a seguir foi concedida para o site JRock News na sede da Sony Music Entertainment em Nova York. Ruki (vocal), Uruha (guitarra), Reita (baixo) e Kai (bateria) participaram. Infelizmente, o guitarrista Aoi não estava presente.


ENTREVISTA

JRN: Com o álbum DOGMA, o the GazettE introduziu um som mais sombrio e pesado, que não só se refletiu em sua música, mas também visualmente. Até hoje, o “conceito principal” permanece. O que desencadeou essa direção e qual é a razão pela qual vocês continuam com isso?

Ruki: Desde que formamos a banda, procuramos maneiras de nos expressar. Embora tenha sido um desafio descobrir quem somos, é o que estamos fazendo… tentando coisas diferentes. Quando você se refere ao “som mais sombrio e pesado” que expressamos no DOGMA, isso é algo que começou antes mesmo de o the GazettE ser formado… é mais como algo que se manifestou novamente quando fizemos o DOGMA.

 

JRN: Em que aspectos o conceito do álbum NINTH é diferente de DOGMA? Quais ideias vocês queriam explorar?

Ruki: Quando fizemos o DOGMA, tentamos abordá-lo como uma espécie de arte conceitual. Isso foi algo em que nos focamos. Mas NINTH traz um pouco de todos os nossos últimos álbuns porque é o nono álbum. Então o DOGMA faz parte dele como um dos nove álbuns que criamos. O NINTH está realmente aqui para mostrar “é assim que somos hoje, com todas as nossas experiências passadas”. Nós só queremos mostrar como progredimos com as nossas experiências até agora.

JRN: O nome “GazettE” vem de “cassete” (fitas), já que foi o que vocês usaram para gravar suas músicas demo no passado. Com a era digital de hoje, como você acha que a tecnologia mudou seu processo musical?

Uruha: Foi uma mudança dramática, eu diria.

Kai: Com a maneira como fazemos música, o processo em si não mudou muito, mas o método mudou bastante.

 

JRN: Depois de 17 anos como banda, vocês diriam que sua atitude e a mensagem central da sua música mudaram?

Ruki: Nossas personalidades, individualmente, passaram por muitas mudanças mas, como um todo… como banda… não acredito que muita coisa tenha mudado desde o começo.

Kai: Mas a forma como pensamos a nossa música é muito mais profunda atualmente, porque temos mais vontade de fazer algo incrível.

JRN: Com as constantes mudanças nas tendências musicais, vocês se vêem constantemente em busca de uma nova abordagem musical para continuar crescendo e evoluindo como banda?

Ruki: Eu sempre gosto de tentar incorporar elementos modernos, mas a verdade é que nós não queremos seguir tendências, assim como não queremos produzir um trabalho que soe antiquado ou fora de moda. Existe um equilíbrio que precisamos considerar.

Uruha: Não queremos ser super “na moda” mas, como banda, por mais que possamos expressar tendências e seguir o fluxo, gostaríamos de fazer isso dentro dos limites do que uma banda pode fazer.

 

JRN: Qual é o objetivo das suas turnês mundiais e como esta turnê mundial difere da anterior?

Ruki: Quando lançamos um novo álbum, nós normalmente saíamos em turnê pelo Japão. Quanto à turnê mundial, o objetivo é abraçar os fãs no exterior, as pessoas que estão esperando por nós e mostrar o que fizemos. É mais uma coisa rotineira para se fazer como banda.

JRN: Que diferença vocês sentem quando precisam compor músicas e planejar shows em nível nacional quando comparado a tudo isso em nível internacional? Sua mentalidade para criação e planejamento muda sabendo que vocês têm fãs estrangeiros?

Ruki: Bom… com o lado criativo incluindo a nossa arte e como nossa música soa, estamos conscientes de tentar subir de nível para o nosso padrão e para o mundo, na medida em que a qualidade aumenta. Mesmo que nossa música seja em japonês, queremos ser bons o suficiente para estar no mesmo nível de bandas internacionais, não apenas no Japão.

 

JRN: Vocês são, sem dúvida, uma das maiores bandas japonesas no exterior. Quais são as responsabilidades que vocês sentem nesse aspecto? Vocês sentem alguma pressão em termos de como a música japonesa será percebida no exterior?

Reita: [Risos] Então… o que você quer saber é se nos sentimos como se fôssemos representantes do Japão?

 

JRN: Bem… um deles! Porque poucas bandas japonesas passam pelos EUA e o mundo, então vocês definitivamente têm um certo tipo de presença, sendo uma das maiores [bandas que representam o Japão].

Ruki: Realmente não sentimos que somos representantes da cultura pop japonesa ou algo assim, as responsabilidades que percebo são realmente mais sobre o meu compromisso com os fãs, porque há pessoas que vêm nos ver, pessoas que gostam de música japonesa, portanto, não podemos fazer um espetáculo ruim.

JRN: Para uma banda que já existe há tanto tempo, qual aspecto vocês acreditam ser o mais importante para manter um relacionamento colaborativo de longo prazo?

Ruki: Não estou realmente consciente do que devemos fazer para manter um relacionamento longo, nós realmente não pensamos sobre isso. Simplesmente não somos desagradáveis ​​uns com os outros ou coisas desse tipo.

Uruha: Quando estamos fazendo música, simplesmente nos divertimos fazendo isso!

 

JRN: Durante um longo período, por volta de 2009 até 2013, em que o the GazettE não se apresentou muito no exterior. Qual foi a razão para isso?

Reita: Então… 2009 foi logo depois que fizemos a turnê européia. Naquela época, o número de bandas japonesas tocando no exterior estava aumentando. Nós não queríamos ser iguais aqueles caras!

[Todos riem]

Ruki: Houve como o que eles chamam de “boom” de bandas viajando para o exterior. Foi uma coisa da moda, certo?

Reita: Sim, era moda fazer isso, nós realmente não queríamos seguir a tendência, então é por isso que escolhemos ficar no Japão.

JRN: Ruki, seu inglês melhorou dramaticamente ao longo dos anos. Você se importaria de nos dizer qual o significado de suas letras em inglês? Já foi uma porta de entrada para alcançar sua audiência no exterior? Ou é porque algumas coisas só podem ser expressas usando o inglês?

[Os membros da banda caem na gargalhada com o comentário sobre o inglês de Ruki ter melhorado]

Ruki: Então… não tenho certeza de que as minhas letras estão chegando ao nível de um falante nativo ainda [ri], mas ao escrever em japonês… as ideias, em japonês, podem ficar muito compridas e certas palavras podem não transmitir exatamente o que eu quero. Isso também tem a ver com o som de uma palavra e a emoção que o som passa. Nessas ocasiões, as palavras em inglês podem ter um som melhor que corresponda à sensação que desejo expressar. A língua japonesa é uma ótima linguagem que também tem suas próprias vantagens, mas estou apenas tentando encontrar sons que combinem bem. Em inglês, há momentos em que você pode juntar palavras que soam bem e fazem sentido mas, em japonês, é mais difícil garantir que seus pensamentos sejam transmitidos com clareza.

 

JRN: Que experiências vocês vivenciam em turnês no exterior que não acontecem quando vocês se apresentam dentro do Japão?

Ruki: [Risos] Quando tocamos músicas mais calmas, como baladas, o público no exterior nunca fica quieto! Por exemplo, durante ou depois de um solo de guitarra, muitas vezes o público aplaude e vibra em voz alta. Isso nunca acontece no Japão. Eu diria que essa é uma diferença bastante notável.

[Uruha e Reita assentem em concordância]

Uruha: No Japão, existe uma espécie de regra, mesmo não sendo oficial, de que você não deve falar durante as apresentações.


ACOMPANHE A BANDA NAS REDES SOCIAIS!

Site oficial
YouTube
Facebook
Twitter
Twitter (Ruki)
Twitter (Aoi)
Twitter (Reita)
Instagram
Instagram (Ruki)
Instagram (Aoi)
Instagram (Reita)
Instagram (Kai)


OUTRAS NOTÍCIAS SOBRE O THE GAZETTE NO TRAMAMOS:

Saiba como foi o show em Dallas (fotos, setlist e mais!)
Setlist, itens à venda e relatos dos fãs sobre o primeiro show da WT2019 em Los Angeles!
Que músicas vão tocar no show? (parte 2)
Que músicas vão tocar no show?
Ruki (The GazettE) posa para as fotos da nova coleção de sua marca de roupas exclusiva!!!
Demorou, mas chegou: “NINTH” está disponível no Spotify e no YouTube Music!
THE GAZETTE envia mensagem para os fãs!
Teaser das gravações da turnê de “NINTH” dá um gostinho do que vem por aí

Aida Mori

It’s me, Mori_A! Colunista de um pouco de tudo. Apaixonada por música, literatura, videogames, cinema e gatos. Provavelmente velha demais pra essa maluquice. Escorpiana, paulista, millenial, nerd, taróloga, mãe de gatos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.