Uriah Heep: a banda que influenciou Iron Maiden, Blind Guardian e Angra; artistas brasileiros comentam sobre a lenda inglesa
Lendária banda com mais de 50 anos de estrada com cinco shows no Brasil e datas no Chile, Argentina e Uruguai
Uriah Heep é, sem dúvida, uma das bandas mais influentes do rock mundial. A sua sonoridade única, que mistura elementos do hard rock, progressivo e até do heavy metal, serviu de referência para inúmeras bandas ao longo das décadas. Um dos exemplos mais notórios é o Iron Maiden, que sempre reconheceu a influência do Uriah Heep no seu som. Há inclusive uma velha discussão sobre uma das músicas do Maiden ter semelhanças tão fortes com um tema do Heep que alguns chegaram a acusar de plágio — um debate que só reforça o peso criativo da banda inglesa.
Além do Iron Maiden, outras bandas do metal europeu, como o Blind Guardian, também prestaram homenagens explícitas ao legado do Uriah Heep. Os alemães fizeram um cover poderoso de “The Wizard”, um dos hinos mais conhecidos da banda.
No Brasil, a influência da banda também é profunda. Lobão, uma figura marcante do rock nacional, já mencionou várias vezes o quanto Uriah Heep moldou sua musicalidade. E não é só ele — vários artistas nacionais têm histórias semelhantes. Pompeu, vocalista do Korzus, compartilhou recentemente que o álbum Abominog, lançado pelo Uriah Heep em 1982, teve um impacto tão grande em sua formação como músico que chegou a furar o disco de tanto ouvir. É mais um exemplo do alcance surpreendente da banda, atravessando oceanos e estilos.
Luiz Carlini, lendário guitarrista da banda Tutti Frutti e um dos nomes mais respeitados do rock brasileiro, também tem uma ligação especial com o guitarrista Mick Box: “O Mick Box é um guitarrista da safra dos guitarristas de rock dos anos 70, quando eles apareceram, né? Aquela safra de músicos ingleses, bandas inglesas. E o Mick, ele em especial, assim, é o cara que tocava com Gibson Les Paul, que é a guitarra que eu mais gosto. E, assim, me atraiu muito pela sonoridade, pelos riffs. Eu sempre gostei do trabalho dele. Inclusive, eu estive com ele uma vez, isso já faz mais uns 25 anos atrás. Eu me lembro que eu estava num aeroporto em Belo Horizonte, aqui do Brasil, e o Uriah Heep chegou e eu estava com o Erasmo Carlos para embarcar para algum lugar, nem me lembro. Aí eu falei com ele e tal. Eles passaram por nós, eu peguei ele, falei com ele. E ele me deu uma palheta dele. De pedra com o nome dele timbrado, essa palheta pequena, que eu já devo ter perdido com esse tempo todo. Mas o Mick Box é um guitarrista de extrema importância na cena, porque o Uriah Heep não era uma banda com característica só de rock’n’roll, já tinha um pé no hard rock, sabe, que seria o embrião do heavy metal. E eu vou citar também uma música que eu gosto muito da banda, que é ‘Easy Livin’’, é um baita hit do Uriah Heep, vale a pena.”
Outro depoimento marcante vem de Felipe Machado, guitarrista e fundador da banda Viper, que compartilhou como o Uriah Heep foi essencial na fase inicial do grupo: “O Uriah Heep era uma das bandas que a gente ouvia no começo do Viper, junto com Black Sabbath, Led Zeppelin, Judas Priest, Deep Purple, Iron Maiden, Beatles, Rolling Stones, enfim. O Pit comprou aquele disco ao vivo, “Uriah Heep Live”, e duas músicas ficaram marcadas porque a gente ouvia muito: ‘Gypsy’ e ‘Easy Livin’’. “Easy Livin’ foi uma das primeiras músicas que a gente tocou juntos, antes mesmo do Andre entrar na banda, em 1984. O Pit tinha um timbre de voz meio parecido com o do David Byron e eu e o Yves éramos fãs do Mick Box. O Uriah Heep é uma banda clássica que sempre esteve no nosso coração.”
O impacto do Uriah Heep estende-se também ao universo do Power Metal e progressivo. Rafael Bittencourt, guitarrista e fundador do Angra, compartilha essa admiração: “Acho que é uma banda subestimada no rock, porque fizeram grandes composições e influenciaram muitas outras bandas. Eles têm um papel importante ao inspirar outros grupos. Os guitarristas, Mick Box e Ken Hensley, são muito versáteis e focados em composição, algo com que me identifico bastante. Tenho uma identificação com o formato do Uriah Heep, que mistura hard rock e progressivo, o que também inspira o Angra, mesmo que a gente tenda mais para o power metal. Mas também incorporamos o progressivo. O fato de terem duetos de guitarra, corais, backing vocals, e os guitarristas tocarem outros instrumentos — o Mick Box canta, o Ken tocava teclado — mostra o quanto todos os músicos da banda eram completos. Por essas razões, mesmo não sendo um profundo conhecedor, me inspiro bastante nas composições e na formação do Uriah Heep.”
Através de diferentes gerações, estilos e países, o Uriah Heep consolidou-se como um verdadeiro alicerce do rock. Não é apenas a sonoridade que marcou época, mas também a atitude e o espírito de uma banda que sempre inovou, mesmo sem perder a essência. Dos riffs de Mick Box às baladas que viraram hinos, a influência do grupo continua viva, ressoando em novos artistas e em velhos fãs que nunca deixaram de ouvir a banda.
Confira todas as datas da turnê:
April 4 – Montevideo, Uruguai @ Montevideo Music Box
https://redtickets.uy/evento/
April 5 – Buenos Aires, Argentina @ Groove
https://www.tuentrada.com/
April 6 – Santiago, Chile @ Teatro Teleton
https://www.eventrid.cl/
April 9 – Rio de Janeiro, Brasil @ Teatro Clara Nunes
https://meaple.com.br/rider2/
April 10 – Porto Alegre, Brasil @ Opinião
https://bileto.sympla.com.br/
April 11 – São Paulo, Brasil @ Tokio Marine Hall
https://www.ticketmaster.com.
April 12 – Curitiba, Brasil @ Ópera de Arame
https://meaple.com.br/rider2/
April 13 – Belo Horizonte, Brasil @ Mister Rock
https://meaple.com.br/rider2/